Faz crítica a postura de fabricantes
“Russos fazem manobra retórica”
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| Sérgio Lima/Poder360 |
O diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, disse que os dados apresentados pela fabricante da Sputnik V, vacina russa contra a covid-19, apontaram que o imunizante é “uma ameaça à saúde da população”.
Em entrevista publicada nesta 6ª feira (30.abr.2021) pelo jornal Valor Econômico, o chefe da agência fez críticas à postura do Instituto Gamaleya e do RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto), responsáveis pela produção e distribuição da vacina.
“A vacina Sputnik V foi rejeitada porque, nos documentos apresentados pelo próprio instituto russo, e também nas reuniões que fizemos com eles, foram apresentados dados que representavam uma ameaça à saúde da população”, declarou Barra Torres.
O diretor-presidente apontou falta de transparência nos dados entregues pelos fabricantes da vacina russa.
“Havia tanto uma escassez de informações transparentes e sólidas quanto, naquelas que foram apresentadas, índices inaceitáveis da presença de vírus replicante. É o vírus que pode se reproduzir de uma maneira não controlada, de uma maneira não evitável e, portanto, com consequências imprevisíveis e imponderáveis”, afirmou.
Barra Torres comentou ainda o “desafio” feito pelos fabricantes para um debate com a equipe técnica da Anvisa. Segundo ele, os russos fazem “manobra retórica” com a proposta.
“Nenhuma chance [de acontecer um debate]. Até porque eles próprios sabem que isso é mais uma manobra de retórica. Essas análises envolvem dossiês em que a propriedade industrial, inclusive, tem que ser preservada. A Anvisa não é uma agência debatedora, é uma agência reguladora”, disse.


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